Sentimentos de possessão. Não de amor ou paixão. Simplesmente, perda. Como quando nos roubam umas calças, podiam até nem ser as nossas preferidas, mas eram nossas, e sentimos aquela sensação de vazio sem elas. Pertencia-nos, e agora já não.
É algo assim que sinto. Apesar de o namoro ter acabado à cerca de 7 meses, algo me iludia, fazendo-me pensar que ainda era meu. Uns casos de uma noite, nada de especial, era como emprestar as calças a uma amiga. Contudo, de repente descobrimos que o que foi "emprestado" não volta mais. Encontrou um novo dono que o levou com ele, para longe de nós. E sentimos a falta do que foi perdido, a perda.
É difícil pensar racionalmente sobre isto. Sei que já não sinto o amor ou a paixão de outrora. Mas também sei que nem tudo se apagou. Fui a primeira com quem ele assumiu uma relação oficial, a primeira que conheceu a família, desde irmãos e pais a primos, tios e avós. Um passo gigante para quem nunca havia apresentado nenhuma namorada, nem aos pais. Sentia-me especial, era a primeira. A que conseguira conquistar o direito de conhecer a família e de participar na família dele antes de qualquer outra.
Ele levava-me a conhecer mais sobre ele, a eventos e ocasiões importantes para ele. Era especial partilhar aquilo comigo. E eu, mesmo que não gostasse de algumas coisas, acedia, porque era importante para mim que ele quisesse que eu fizesse parte da vida dele desta maneira.
Dois anos de namoro, esquecidos em sete meses. Parece muito e ao mesmo tempo tão pouco. Pensei que já estivesse tudo bem, os casos de uma noite era fáceis de aceitar. A necessidade de "se divertir" após uma relação séria era compreensiva. Talvez por isso não esperasse que, após apenas 7 meses, ele começasse outra relação séria.
Percebi que me magoou. Saber que já não era a única com quem ele havia feito isso, a única que apresentara à família, a única que ele levava para os seus eventos e ocasiões especiais. Perdi o meu estatudo especial, outra mulher apareceu e "roubou-me o lugar".
Foi um golpe inesperado. Despertou sentimentos em mim inesperados. Após pensar, descobri que eram sentimentos de possessão. Mas nem por saber o que são eles se atenuaram. Faço-me forte. Finjo que não é comigo. É indiferente se ele está com outra ou não. Mas depois, sózinha, penso no que era meu.
Não seria capaz de voltar atrás, de voltar para ele. Mas sabia-me bem saber que era a primeira e única que tinha merecido tamanha atenção da parte dele. Agora tenho que me habituar à nova. Tenho que enfrentar este novo desafio. Tenho que lutar contra o desejo de "espiar" a relação deles através das redes sociais. Magoa-me mais, umas vezes porque vejo o quanto mudou graças a mim para conseguir agradar à nova pessoa, outras vezes porque vejo músicas nossas, dedicadas a ela.
Golpes atrás de golpes que podiam ser evitados. Mas a tentação de querer saber é maior.
Suave como Seda, é como eu gostaria que este assunto fosse. Passasse por mim e eu mal o sentisse. Mas não é. Pelo menos, ainda não.
3 de Julho de 2010
imagem daqui

 
deve ser dificil. mas é mesmo assim. a vida segue. não vou estar com aqueles comentários que toda a gente faz nestas alturas porque isso é chato. força
ResponderEliminaré complicado.. mas verás que com o tempo hás-de conseguir ultrapassar isso...
ResponderEliminarmuita força, vais mesmo conseguir :)
eu acho que isso é normal... mas com o tempo vais-te habituar.
ResponderEliminarEssa situação é tão complicada. Imagino que ainda sofras, comigo aconteceu-me o mesmo quando descobri que o rapaz com que tinha andado apenas durante dois meses seguido de umas noites de escape tinha namorada, descobri pelo hi5 e passei essa noite a chorar, mesmo só com essas noites ocasionais ele era importante para mim..
ResponderEliminarMas tu irás conseguir :) Pensamento optimista :D
Izzie é mesmo isso que tenho que pensar, a vida segue, o tempo não fica à espera.
ResponderEliminarRosie acho que isto são fases mais nostalgicas que eu tenho.
Ritinha um dia habituo-me. Acho que o meu medo é mesmo ser esquecida.
Nês os amores trazem sempre complicações. Mas é como dizem das mulheres, não podemos viver com eles, não podemos viver sem eles ;)